10.12.05

Brazilian Studies Association

O Prof. Dr. Vagner Gonçalves da Silva, vice-coordenador do NAU, lembra a todos que faltam apenas cinco dias para o término do prazo para o envio de propostas para o proximo congresso da Brazilian Studies Association - BRASA.

"O VIII Congresso Internacional da BRASA vai se realizar no campus da Vanderbilt University, Nashville, Tennessee, de 13 a 16 de outubro de 2006. Pela primeira vez, todas as propostas de mesas e de trabalhos serão encaminhadas exclusivamente pelo site da BRASA (www.brasa.org). O prazo para envio eletrônico de propostas vence no dia 15 de dezembro".

4.12.05

CONVITE PARA O LANÇAMENTO DO LIVRO

O Imaginário e o Poético nas Ciências Sociais

Organizadores:
José de Souza Martins
Cornelia Eckert
Sylvia Caiuby Novaes

EDUSC – Editora da Universidade do Sagrado Coração


DATA: Quarta-feira, 07 de dezembro de 2005
HORÁRIO: 18:30h

LOCAL: Livraria Cultura - Loja de Artes
Conjunto Nacional
Av. Paulista, 2073 - São Paulo - SP
telefone: (11) 3170-4033

Artigos:

1. Peter Burke
Os pintores como historiadores na Europa do século XIX

2. Ulpiano Toledo Bezerra de Meneses
Rumo a uma ‘História visual’

3. João Moreira Salles
A dificuldade do documentário

4. Paulo Menezes
O nascimento do cinema documental e o processo não civilizador

5. Etienne Samain
Por uma antropologia da comunicação: Gregory Bateson

6. Carlos Rodrigues Brandão
Escrito com o olho - anotações de um itinerário sobre imagens e fotos entre palavras e idéias

7. Fraya Frehse
Antropologia do encontro e do desencontro: fotógrafos e fotografados nas ruas de São Paulo (1880-1910)

8. Julie Antoinette Cavignac
Retóricas do olhar e tramas da narrativa

9. Flavio Leonel Abreu da Silveira
Da etnografia como experiência à antropologia histórica e por imagens

10. Rose Satiko Gitirana Hikiji
Possibilidades de uma audição da vida social

11. Maria Aparecida de Moraes Silva
Das mãos à memória



Excertos da Apresentação


Os autores dos capítulos deste livro, a partir de diferentes perspectivas e apoiados em diferentes reparos, se defrontam com a desconfiança gerada pela desvalorização da imagem e da imaginação poética no fluxo do iconoclasmo ocidental e, mais significativamente, no século das Luzes. O enfrentamento dessa desconfiança e do regime de medo que herdamos da tradição aristotélica e da lógica cartesiana perpassa as linhas ou as entrelinhas dos textos aqui reunidos. Há um objeto de conhecimento que nasce dessas cinzas residuais das certezas formais e absolutas, que tem desafiado as ciências sociais desde suas origens. Mas que vem se encorpando nas últimas décadas, à medida que se instaurou a crise do linear e do absoluto no horizonte da sociedade contemporânea.

Os diferentes capítulos do livro são dedicados justamente às dimensões menos prezadas da vida social, aos recantos do imaginário e da poesia que há no viver dos que sonham, mesmo na adversidade. Trazer ao leitor as perspectivas das ciências sociais em outras linguagens é lutar contra o esquecimento de gestos e saberes de uma longa trajetória humana. Aquela em que eclodem sons, cores, lembranças, imagens, palavras, trocas sociais, reciprocidades cognitivas que nos convidam a repensar a cultura e a sociedade naquilo que lhes é próprio, a riqueza da diversidade. O humano se dá a ver de muitos modos.

Nosso objetivo, na organização do livro, foi conjugar reflexões sobre experiências concretas de pesquisa nas ciências sociais que tem como reparo estranhos recursos e fascinantes descobertas. Trata-se igualmente de sondar os paradigmas destes rumos científicos na mediação de confluências do sensível e da imaginação. Diálogos teóricos, revisitações de paradigmas, na fusão de horizontes epistemológicos, são buscas de destruições construtivas nas pesquisas concretas, contra o esquecimento da imagem e do imaginar.

Ao reunirmos neste livro experiências e sensibilidades estéticas, não há propriamente novidade, nem somos, obviamente, precursores em clamar pelo imaginário a partir do “lugar” da ciência. Seguimos linhagens: muitas palavras, gestos e vozes nos antecedem no pensar as formas do viver cotidiano, sensibilizando o conceito para melhor compreender as manifestações da existência social.

Nosso desafio é o de uma comunicação experimental que traga ao plano do conhecimento as imagens da vida em sociedade em seu questionamento de representações verossímeis. Aqui subjaz a crise da própria retórica da escrita científica em sua predominância, em detrimento da escuta e do olhar sensíveis. Novas linguagens reconhecem e proclamam a polissemia de narrativas escritas, sonoras, visuais, onde a transmissão de conhecimento retoma um lugar deveras singular.