19.12.03

Informe sobre o GT Antropologia do Estado - V Reunião de Antropologia do Mercosul

GT Antropologia do Estado
Coordenadores: Piero de Camargo Leirner e Ciméa Bevilaqua


Tem se verificado nos últimos anos um crescimento significativo de pesquisas etnográficas com setores do Estado, envolvendo os diversos níveis do legislativo, burocracias federais e estaduais, forças armadas, ministério público, tribunais e demais órgãos do judiciário, além de estudos sobre diferentes carreiras do funcionalismo.

Dando prosseguimento ao debate iniciado na IV Reunião de Antropologia do Mercosul (Curitiba, 2001) entre pesquisadores dedicados a esses temas, o GT Antropologia do Estado se reuniu novamente na V RAM, realizada em Florianópolis de 30 de novembro a 3 de dezembro de 2003.

O GT contou com a participação de 12 pesquisadores oriundos de diferentes instituições do Brasil (UFF, Museu Nacional/RJ, UFU, UFSCar, UFPR, UEL, CEUB/DF) e do exterior (Universidad Nacional de Mar del Plata, Argentina). A diversidade dos temas e das perspectivas oferecidas por estudiosos com formações e filiações institucionais distintas suscitou um rico debate que não apenas contribuiu para o aprimoramento dos trabalhos individuais apresentados, como também para aprofundar as questões teóricas e metodológicas que se colocam para aqueles que se dedicam a um campo de estudos ainda relativamente novo dentro da antropologia.

Entre as questões compartilhadas pelos diferentes trabalhos se destacam, por exemplo: o redimensionamento teórico e metodológico do estudo de objetos costumeiramente privilegiados por outras ciências sociais, sobretudo a sociologia e a ciência política; a exploração de conceitos clássicos da antropologia para a compreensão de instituições e fenômenos característicos das sociedades ocidentais modernas; e, finalmente, a atenção para as questões éticas suscitadas pela pesquisa de campo e pela elaboração de textos etnográficos envolvendo diferentes instâncias da organização estatal.

A partir do intercâmbio consolidado nas duas edições do GT Antropologia do Estado, pretende-se também contribuir para o estudo de instituições do Estado de forma comparada, entre os diversos setores, e entre setores semelhantes de diferentes regiões do Brasil e dos países do Mercosul.

Ciméa Bevilaqua